terça-feira, maio 29, 2007

O Poder das Palavras

Há Palavras
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neil

Há quanto tempo não beijas alguém apenas com palavras ? Esses beijos por vezes sabem melhor que outros dados com os lábios.
É importante reflectirmos se no nosso dia-a-dia usamos as palavras certas e não aquelas que magoam ou que ferem sem se ver.


Agora um exercício para todos nós:

Vamos pensar em palavras que nos beijam, e tentar beijar aqueles de quem gostamos, apenas com o toque das palavras.

terça-feira, maio 22, 2007

O dia dos pais

É difícil, muito difícil, todos os dias acordo e respiro fundo porque o que se segue é um correr, uma lufa-lufa que não me deixa tempo para outro minuto de inspiração que seja ao longo do dia.
De manhã,no nosso quarto, quase sempre aparece a mais pequenina, por volta das sete da manhã sem falhar um dia, e não vem pé ante pé, vem mesmo a correr até à nossa cama. Enrosca-se nos nossos lençois e não podemos dormir mais.
Depois brinca, dá-me beijinhos, puxa-me pela orelha "upa mamã, upa mamã!!!" e a mamã tem mesmo de fazer upa porque o papá não serve, tem de ser a mamã a dar a papa.
Passado um bocadinho, e muitas vezes acordada pelo barulho da mana, lá vem o meu amor pequenino já quase grande, ainda ensonada, tem um mau acordar, senta-se no sofá, vê a ilha das flores, o Pocoyo, o Charlie e a Lola e só depois diz que tem fome, mas ela é que escolhe o que quer comer, comem as duas na mesa da sala.
Entretanto o pai acorda, lava-se, faz a barba, e senta-se no sofá (ao fim-de-semana) .
Digo eu, "R. podxes tomar conta delas enquanto eu como alguma coisa e tomo um duche rápido ?"
O.K. e lá vou eu a correr, porque nos fins-de-semana tenho de aproveitar para limpar a casa, engomar, lavar roupa, e ainda ir visitar as avós.
Diz o R. "Queres que eu arrume os quartos?"
Respondo "Claro, e se desses um jeito à sala com o aspirador era bom..."
A correr, a correr, o dia passa, nós arrumamos e elaas desarrumam atrás de nós, o pai fica furioso quando tinha acabado de aspirar mas o chão da sala já está cheio de papéis ou migalhas de bolachas.
O almoço, às vezes é na casa da avó L. e lá normalmente, quando o tio está em casa, descanso um bocadinho porque ele ajuda na guarda das pequenas enquanto a avó faz o almoço e eu posso sentar-me um bocadinho no sofá.
As tardes, entre parques infantis, idas à praia durante o Inverno (lá podem correr à vontade sem sair da nossa vista) poucas são aquelas em que posso parar um bocadinho, só mesmo quando a avó A. fica um par de horas com as pequeninas para irmos às compras ou lanchar a dois.
As noites, são para jantar, lavar os dentes e cama, e desde que se deitam até que dormem vão algumas horas de brincadeira no quarto que é das duas. Diz o R. "Vamos lá a dormir que já é tarde !!!" elas deitam-se e fingem dormir profundamente. Passados alguns minutos volta o barulho dos brinquedos ou os passos no corredor, digo eu "Mau, mau, daqui a pouco vou aí apagar a luz e fechar a porta para ver às escuras dormem melhor !!!" voltam a deitar-se e a fingir que dormem, e a cena repete-se ums cinco ou seis vezes. Até que vencidas pelo cansaço acabam por adormecer (às vezes na cama uma da outra).
Eu e o R. na maior parte das vezes acabamos também por adormecer no sofá, exaustos por mais um dia em família.
Mesmo no meio de tanto cansaço, noites sem dormir, idas ao médico a meio da noite ou do dia, sei que se voltassemos atrás fariamos o mesmo porque elas fazem com que valha a pena, e ser mãe foi o melhor que me aconteceu na vida.

segunda-feira, maio 14, 2007

A família


A minha é muito grande entre primos primas tios e tias somos uma centena. E o mais engraçado é que conseguimos dar-nos todos bem, no Natal quando nos juntamos somos cerca de 25 pessoas à mesa ou seja juntamos sempre só aqueles mais chegados.

Depois há a família de casa ou seja nós os quatro, essa é mesmo a mais chegada, e agora vai crescer, porque sem avisar surgiu entre nós e está preste para nascer mais um elemento da equipa, pois é daqui a nove meses ou melhor 6 ou 7 meses vamos passar a ser cinco, até já podemos formar uma equipe de futebol de salão.

Sei que não vai ser nada fácil, e que a minha loucura vai subir a pique, mas mesmo assim aposto que no final, daqui a uns anos eu e o R. vamos adorar ter a casa cheia no NAtal, na Páscoa, nos aniversários enfim sempre que nós os cinco nos juntarmos.